A Visão de Jenna Ortega sobre a Inteligência Artificial
Em uma conversa reveladora no Festival de Cinema de Marrakech, realizado na manhã de sábado, a atriz Jenna Ortega, conhecida pelo seu papel na série “Wandinha” e membro do júri da competição, expressou suas preocupações sobre os impactos da inteligência artificial na indústria cinematográfica. Sob a presidência do aclamado diretor Bong Joon Ho, famoso por “Parasita”, Ortega refletiu sobre a história da humanidade, ponderando que, ao longo do tempo, temos tendência de “ir longe demais”. Ela confessou: “É fácil temer — e eu definitivamente sinto isso — a profunda incerteza” que a tecnologia traz.
A atriz comparou a situação atual à abertura da famosa caixa de Pandora, afirmando que, apesar dos temores, ainda há esperança de que essa nova tecnologia possa instigar uma revolução artística. “Nestes tempos difíceis e confusos, muitas vezes a adversidade impulsiona o artista a se manifestar mais, a criar com mais fervor, despertando novas paixões”, afirmou. Para Ortega, a inteligência artificial ainda é incapaz de replicar determinadas experiências humanas. “A beleza está na dificuldade e nos erros, algo que um computador não pode reproduzir. Um computador não possui alma”, destacou.
Bong Joon Ho e Outros Membros do Júri Reforçam a Reflexão
O renomado cineasta Bong Joon Ho apoiou os argumentos de Ortega, ressaltando que a IA pode, paradoxalmente, levar a uma reflexão profunda sobre o que só os humanos são capazes de fazer. Em tom brincalhão, ele comentou: “Minha resposta pessoal é que pretendo organizar um esquadrão militar para destruir a IA em todo o mundo”.
O júri do festival, que também conta com a presença de figuras como Anya Taylor-Joy e a diretora Celine Song, não hesitou em expressar suas preocupações sobre a inteligência artificial. Celine Song, ao discutir o tema, citou Guillermo del Toro, que é esperado no festival. “Que se dane a IA”, disse, enfatizando que essa novidade está “destruindo completamente nosso planeta” e influenciando negativamente as percepções artísticas. “Estou muito preocupada com isso, porque a principal missão dos artistas é defender a humanidade”, criticou Song, num apelo por uma reflexão mais profunda sobre a relação entre tecnologia e arte.
Festival de Cinema de Marrakech: Uma Celebração da Arte e Reflexão Social
O Festival de Cinema de Marrakech, que se estenderá até o dia 6, iniciou suas atividades com a exibição do filme “Dead man’s wire”, dirigido por Gus Van Sant. A programação do festival contempla homenagens a ícones do cinema, incluindo Jodie Foster e Guillermo del Toro, além de sessões especiais com obras como “Uma vida privada” e “Frankenstein”. O festival também oferece oportunidades de discussões enriquecedoras, como diálogos com o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, conhecido por “O agente secreto”.

